sexta-feira, julho 21, 2006

Poluto e devoluto

Dai-lhe luz para que se ilumine, ó evidência,
pois já nem o brilho de outrora se vislumbra
por entre a névoa espessa que o envolve.

Chega cá apenas o cheiro, nauseabundo,
vem com a noite adormecida e indiferente,
surge com espinhos camuflados, frios e mortais,
esticados como que a invocar absolvição
de tão dependentes que da sua vida própria estão.

No ar paira o perfume que chega mau
repugnante e nocivo, criminoso,
traz um pouco à sorte, a ruína,
que a cada momento mais perto está!
Nada evita o odor intolerável...


Eis por fim que o lírio se esvai
na mordedura infectada da cremação,
envolto numa fogueira sem escombros
e assombrado pelos restos que foram já vida,
cinza vã, trespassada,
agora na forma onerosa da incompreensão.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

um dia ainda me vais dizer onde vais buscar tanta inspiração para escreveres com tanto sentimento.

bjs e bom fim de semana!

12:14 da tarde  
Blogger zharpah said...

Obrigado. :)
Não te sei dizer isso, nem sei se o que dizes corresponde à realidade, mas de qualquer das formas a minha inspiração é a vida e tudo o que a envolve!

9:23 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá reparei no teu perfil que és do signo touro, possivelmente é dai a veia artistica!
Eu tb sou touro!
Já agora fazes anos em que dia?

Bjs

Susana

4:32 da tarde  

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