segunda-feira, maio 13, 2013

... espinho meu, espinho meu...


quinta-feira, abril 04, 2013

Fogo que arde sem se ver!

foto por Phantas

sexta-feira, julho 23, 2010

Lenga, longa a lenga...

A espada opiácea espetada na intenção,
Nula a papoila que redunda em utopia
Na força do antebraço que a elevaria
Sob a arte de a manusear em instigação
Da sábia moldura do bom que seria
Ter a vida em sublime consideração.

Mas a estrada variante com que nos iludem
Presenteia-nos com a permuta da mão errante
Que segura a espada que não usaremos adiante
Por pensarmos ter liberdade para assim sonhar
Sermos do pão o alimento nobre e constante
No sulco, a terra para dignamente semear.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Paisagens


... flying...



quarta-feira, julho 23, 2008

Passos e marés lunares

Furei a porcaria da bota na pedra pontiaguda que se avizinhava há mais de dois milhões trezentos e dois mil oitocentos e cinquenta e três passos e meio... Afigurava-se-me pontiaguda quanto mais passos acertava caminhante, mas assim mesmo pensei ser uma ilusão de óptica na minha plena cegueira que me acompanha desde a infância... Furei a porcaria da bota enquanto tentava chegar ao mar imenso, sedento por mergulhar na verdadeira vida sem ter que pedir explicações para ser capaz de contornar a moldura sem rosto pendurada na parede da madre de Calcutá... Essa, vi-a um dia na fotografia que quase adquiri, obrigado, quando uma vendedeira que quase me vendeu um melão verde não tinha troco para se pagar da nota de trezentos e dois dinares venusianos que lhe depositei na mão encurvada que se me estendeu... Avançou com a dita fotografia como troco... Fiquei meio baralhado, mas... não tem antes uma pastilha pirata?, perguntei na maior das expectativas... Afinal já há mais de trezentos e cinquenta meses que não mascava uma dessas e era agora a oportunidade... não, mas se quiser esta foto!!!, disse a senhora convencida que se livraria da brochura... não, assim sendo quero mesmo o meu dinheiro e devolvo-lhe o melão, não quero saber de santinhos e santolas, respondi eu já com os olhos fora de órbita e as glândulas salivares a espumarem... Por vezes era assim, não tinha paciência para as viagens às Berlengas em barcos de borracha fabricados em Vénus e por isso me saltou a tampa fazendo com que a vendedeira se sentisse ameaçada... Fiquei sem o melão verde e ela com a de Calcutá em foto desbotada... Mas as botas ainda estavam para durar pois faltavam por esta altura quinhentos e cinco mil seiscentos e vinte e cinco passos para furar a porcaria da bota esquerda... A direita?! Isso é noutra viagem sem pedras, mesmo que pontiagudas...

quinta-feira, maio 29, 2008

deflower mind

quarta-feira, outubro 17, 2007

Coisas e loisas #1

Tenho-me esquecido de olhar as coisas em meu redor, talvez por não ter tempo ou até por cair na tentação de as ignorar. Não faço por mal, mas o facto é que dou por mim a reparar em coisas novas em sítios para onde olho todos os dias.
Resolvi fazer então um exame mental e tentar visualizar, qual máquina fotográfica adicionada à minha cabeça, como eram antes certos locais que foram modificados num passado recente.
E a realidade dói...
Na maioria dos casos não me lembro como eram esses locais antes de serem modificados! Das duas uma, ou estou a ficar esquecido, o que bem pode ser verdade, ou então não olho convenientemente as coisas que me rodeiam.
Não é que me preocupe muito com o não olhar as coisas mas quando penso que o mesmo pode acontecer-me em relação às pessoas com quem convivo diariamente, ocorre-me que poderei ficar a dever muito à vida que passa por mim.
Enfim, coisas!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Rol para me recordar

Detesto a ignóbil vida que corra livre da acção fértil de tentar
E as horas quando se acabam sem mais minutos para as moldar
Detesto ser detido na inteligência sem a recriar
E pensar que penso sem o acto de o falar
Detesto ainda o facto de ao poder não conseguir detestar

Barnabé, o pernalta

Está um insecto
No meu campo de visão
Longe do alcance
Não lhe toco
Não consigo

É pernalta e sem nome

Dou-lho, Barnabé
Chamo-o
Sem que dê sinal
Não me ouve
Não lhe importa

Em rua não mora
Casa não habita
É livre de ir e voltar
Com o tempo que tem
Não voa, salta

Nunca o ouvi falar

Não fala, não magoa
Falta
À hora da chegada
Pois já não torna

É livre de ir e não voltar
Como é livre e de vir a saltar
É pernalta
Pula quase mola
Vaivém de força animal

Ignora
A hora da partida
Parte sem permissão
Sem pressa
Não precisa
Vai e não volta