A purga
Convicto
Para fora do aquário
Nu.
Já nada me interessa!
Nem fora do limite envidraçado da nudez
Nem dentro da tolerância inacabada de um íntimo dilacerado à deriva na corrente
Nem longe de uma qualquer semente que alguém carregue num pobre semblante absorto
Nem perto da agrura incontornável que gere a humanidade.
Agora?!
Agora,
Deixei de olhar para onde quer que seja.
Agora mesmo,
Agora!
Não me apetece mais exercer esse sentido nato que transporto da infância
Esconjuro esse apetite sentido como se uma mentira sem perdão fosse
Pois o domínio do inteligível destrói em cada segundo
O mundo
E mais... mais... mais.
Vou expelir tudo o que não quero ver
Vou ficar à deriva no infinito
À espera que dai nasça cor que me dê renovada vontade.
Ávida esperança de enfrentar
Um novo olhar
Nu
Para fora do aquário
Convicto.